11 agosto 2015

Entre trovões

Autor: Christopher L. Bennett
Tradutor: Guilherme Miranda
Revisão: Márcia Men e Bruno Bonfim 
Ilustração da Capa: Will Conrad
Editora: Novo Século
Ano: 2014
Páginas: 259
Título Original: Spider- Man: drowned in thunder
(Homem Aranha: Entre trovões)
Gênero: Literatura norte-americana

Sinopse: Nunca foi segredo para ninguém que J. Jonah Jameson usasse o Clarim Diário para seus ataques ao Homem-Aranha; e, por mais que o Amigão da Vizinhança se esforce, sempre será uma ameaça segundo a opinião pública. Mas as coisas tomam novas proporções a partir do momento em que a vida de Peter Parker vira de cabeça para baixo e as pessoas muito próximas sofrem as consequências. 
Enquanto Manhattan é devastada por frequentes ataques, o Cabeça de Teia tem de enfrentar a engenhosidade de robôs movidos por um só intuito: acabar com sua vida. Como se não bastasse, o sentido-aranha alerta que o aracnídeo não pode confiar nem mesmo em Mary Jane e na adorável tia May, e tudo aponta somente em uma direção: JJJ. 

A busca por respostas pode custar a vida do herói, e vilões como Electro estão dispostos a garantir isso.
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Eu confesso, não sou nada fã do homem aranha por dois motivos:
  • Jogo RPG e uma vez briguei com um cara que por sinal usava ele de personagem e a coisa desandou;
  •  ....tenho pavor de aranhas de todas as espécies, das menores as maiores. Eca, eca, eca. 
Mas confesso que me surpreendi bastante com o livro. Quando eu comprei o livro fiquei naquelas "é uma produção apenas, está nas coleções, você tem que ler", estilo mantra de autoajuda sabe, quase apelando para que não fosse mais um dos livros que eu fosse tentar achar furos para abandonar (sim, sou bem crítica com muitos livros que eu tenho). Mas eu gostei, muito mais do que eu imaginava gostar. E não gente, não gostei só porque ele parece que sempre vai se ferrar no livro... (mentira, deu aquele prazer em ver isso sim ahhaha, só um pouquinho, se não irei ser mentirosa em dizer que não senti nada quanto a isso).

{Imagens do livro original -escritos que se encontram na parte de dentro da capa e contracapa} 

A história do livro é bem simples, Peter Parker agora já não é mais aquele fotógrafo do Clarim Diário que conhecíamos arduamente por fazer fotos de si mesmo, ou seja, do homem aranha para JJJ para conseguir algum dinheiro enquanto ele o difamava pelas redes e pelo próprio jornal, agora ele é um professor dedicado em uma escola de bairro. Casado com MJ, tudo parecia perfeito na vida de Peter até que um ataque com uso de robôs acontece no dia em que ele leva sua turma a um passeio na Biblioteca, vitimando alguns dos mesmos enquanto o Homem Aranha estava em ação. 

Não perdendo a oportunidade, JJJ cria um blog chamado O Alerta, que nada mais e nada menos é um blog em que ele difamava as atitudes do Homem Aranha e o culpa por todo e qualquer incidente que ocorre, inclusive informa as pessoas que o mesmo está causando os ataques apenas para se promover, dividindo a opinião pública e transformando o Cabeça de Teia em uma ameaça. Nele, aparecem fotos dos aulos de Peter internados, o que irrita profundamente Peter.Todos lembram do sentido aranha certo? Aquele sentido como um leve formigamento que ele tem que indica perigo aparente e que o deixa bem preocupado, sabendo que coisas ruins vão acontecer? Ele começa a sentir isso próximo de sua amada e de sua tia May, a simpática senhora que o criou, passando assim e se afastar de todos. 

Irritado e frustrado, Homem Aranha assume uma posição de certeza em relação ao caso dos robôs, que inicialmente era um roubo a diamantes com proporções maiores e agora se torna a catástrofe de sua vida visto que eles atacam novamente e levam a óbito um senhor de idade, em que a viúva o culpa. Seus sentimentos impiedosos se voltam a JJJ passando a culpá-lo por esse ataque e o ligando sem sobra alguma de dúvida ao incidente ocorrido, tratando de persegui-lo em uma cartada final para desmascará-lo. 

JJJ também não fica sentado após uma visita de Homem Aranha a sua esposa, movido pelo ódio e pela vontade de acabar com a imagem da Aranha, sai as ruas em buscas de pistas da origem desses robôs que liguem ao Cabeça de Teia, porém acaba levando tanto ele quanto o Homem Aranha a penitenciária em Ryker's Island. 

{Imagens do livro original -primeiro capitulo do livro} 

Gostei muita da ideia de um Homem Aranha se perdendo em seu próprio poder e da visão do público em relação a ele, acho que enriqueceu bastante o livro. No início do livro temos uma Nota do Historiador que diz: "Entre trovões não exige que o leitor conheça detalhes da continuidade dos quadrinhos do Homem Aranha. No entendo, para os fanáticos por continuidade, deixo claro que este romance se passa depois que Mary Jane começou sua carreira teatral, mas antes do Homem-Aranha entrar para os Vingadores. Também se passa antes da transformação sofrida pelo personagem em O Espetacular Homem Aranha 15-20 ("A Queda, agosto-dezembro de 2004")"

Adorei a personagem Mary Jane, adorei a forma como ela realmente apoia o seu marido, no caso, e como ela sofre com sua ausência e sua mudança de comportamento seguido durante o livro e mesmo assim não desiste dele. Arrumou uma bela aliada, Teioso! Novo Século sempre embelezando seus livros, vale a pena ter seu exemplar em casa, deixei algumas imagens da beleza dele ali encima, cada capítulo muito bem montado e caracterizado pela aranha no canto. Agora o motivo que os levou até lá e quem está realmente por trás disso tudo eu deixo por conta dos outros leitores. Será que é realmente o Homem Aranha se promovendo ou JJJ? 

  • Algumas citações que eu considerei legal: 


O início do livro já começa com "Todo o problema do mundo é que os tolos e os fanáticos estão sempre cheios de certezas, enquanto os sábios estão cheios de dúvidas -Bertrand Russell"

-A sociedade nos controla. Nós não fazemos as coisas torpes que queremos fazer porque tem gente olhando. Porque vamos ser punidos por isso: vamos para a cadeia, vamos ser demitidos, perder nossa posição social, ser olhados com desprezo ou repugnância pelas outras pessoas. É nosso medo de não conseguir sair impunes que nos mantém sob controle. {Pág. 150} 

-Palavra horrível. Não existe mais elegância na linguagem. Enfim, onde quer que eu olhe, vejo gente falando umas para as outras com ar de superioridade em vez de ouvir umas às outras. Gritando umas com as outras, dizendo que elas não têm o direito de abrir a boca. Quando uma pessoa tenta expressar um ponto de vista contrário, ninguém dá ouvidos; os outros gritam com ela, fazem com que fique quieta, respondem com tentativas de demonizar a pessoa ou tirar a credibilidade dela...tudo sem sequer entender os argumentos dela. Ninguém nem responde aos argumentos mais, porque isso exigiria pensar sobre eles, e não podemos fazer isso. Eles só atacam e inferem que o argumento não tem credibilidade por associação. -Ela balançou a cabeça.- É assustador o que as pessoas fazem hoje em dia para evitar admitir que outra pessoa possa estar certa em alguma coisa. É considerado sinal de fraqueza dar um pouco de razão para o outro lado. (...) {Págs. 156-7} 

Por Bruna 

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