30 setembro 2015

Busca do Graal - Livro III


Autor: Bernard Cornwell
Tradutor: Luiz Carlos do Nascimento Silva 
Editora: Record Ltda. 
Ano: 2014 - 20ª edição
Páginas: 388 -Edição Econômica
Título Original: Heretic
(O Herege - A Busca do Graal )
Gênero: Romance inglês

Sinopse: Depois de participar do cerco de Calais, o arqueiro inglês Thomas de Hookton reúne um grupo de homens e viaja para o interior da França. Pretende tomar uma fortificação na Gasconha, perto de Astarac de seus antepassados, e assim chamar a atenção de seu primo Guy Vexille, o assassino de seu pai, como Thomas, também segue a trilha do Santo Graal. Durante a jornada, deixa um rastro de aldeias saqueadas e, em uma delas, salva da fogueira uma jovem acusada de feitiçaria. Uma mulher que faz com que Thomas perca o controle sobre parte de seus guerreiros, ameaçando o sucesso da missão mais importante de sua vida: encontrar a maior relíquia de toda a Cristandade. 
♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ ♣ 


Falae galera, tudo bem com vocês?

Chegamos ao fim da busca pelo Graal e acredite, isso me deixou muito, muito triste porque sei que sentirei saudades do Thomas! Mas quem não sente falta de algum personagem bom quando o livro acaba né? 

Neste livro eu posso dizer que o autor realmente chegou no seu ápice, alcançando os maiores pontos do livro e ligando todos os personagens na busca desenfreada pelo Graal. Novamente o livro é dividido em algumas partes, tais quais: 

PRIMEIRA PARTE: O Brinquedo do Diabo. Thomas é excomungado juntamente com Genevieve, uma herege que ele salva da fogueira. Louis Bessiéres, o cardeal, e seu irmão Charles juntamente com seu carceireiro Gaspard criam uma forma de ter o Graal.
SEGUNDA PARTE: Fugitivos. Ele foge Genevieve. Sir Gillaume fica na guarnição do castelo e de alguns de seus homens. Joscelyn, sobrinho do conde antes feito refém parte com Robbie após o tio ser morto na busca do Graal. 
TERCEIRA PARTE: A escuridão. Thomas e os coredors retornam para junto de Sir Gillaume e enfrentam finalmente Guy Vexille e os homens de Joscelyn. Possível Graal é descoberto. A peste chega a eles. 

Eu praticamente devorei esta partes do livro pois temos a presença muito forte das superstições da época, como uma mulher que chega a cidade e faz o gado morrer é acusada de heresia, de pacto com o diabo e inclusive, é chamada de Draga, que seria um ser adorador do diabo. Eu esperava um pouco mais da personagem Genevieve então, não senti uma ligação por ela durante o livro. Vi ela em muitas cenas do livro como uma lunática embora deva concordar que ela poderia ser sim uma bruxa e que muitas vezes podia ver o futuro. 

Um dos pontos, talvez o mais alto do livro, é que a presença da Igreja é muito marcante a ponto de fazer os homens sonharem com a entrada no paraíso após a morte. Todos eles lutam e pedem, imploram praticamente, a graça de Deus para vencer as batalhas e isso torna, em meu ponto de vista, o livro mais interessante do que os ensinamentos da própria escola, mesmo envolvendo mais ficção do que realidade. Cito o momento da excomunhão de Thomas como um dos melhores momentos do livro exatamente por isso. O fervor a Deus naquela época é tão grande que se Thomas não tivesse fugido seus homens o teriam matado. Um homem que Deus não recebe em seus portões não tem dignidade suficiente para estar entre os soldados, dá azar em uma guerra. Assim como uma mulher. A tensão gerada pela soltura de Genevieve é algo que comove o ambiente a ponto de fazer os homens abandonarem seus superiores para não estar em dívida com Deus. 

Planchard, o abade, é sem dúvida um dos personagens mais carismáticos do livro e que retrata bem o que o mundo é hoje, ele quebra bastante aquela ideia de uma Igreja inquisidora que pune seus fiéis e isso enriqueceu bastante o cenário porque nos implementa a ideia de que nem todo religioso do livro é exatamente como os demais, tirando o teocentrismo da época (Deus no centro do Universo). 

Novamente o autor me surpreende com a narração dos elementos de uma guerra e isso é bem divertido, porque ele escreve como se tivesse vivido aquilo tudo e não há nenhuma forma de ler sem realmente chegar a conclusão de que ou o cara esteve lá ou a imaginação é fértil e a pesquisa ótima. Ele trouxe os canhões, a forma como eles são montados, disparados e os estragos que causam com precisão. Certamente é a melhor descrição de manuseio de arcos e espadas que eu já pude ler e deixa no chinelo realmente muito autor da mesma área. 

Em uma parte do livro temos a citação de Galahad, o cavaleiro do Graal que sentara ao lado de Artur na Távola Redonda. Eu sou uma grande admiradora das histórias dele e ficou uma grande oportunidade para quem ainda não leu os outros livros dele, ler. 

A chegada da Morte Negra, como era chamada a peste a partir da década de 1800 ilustrou bem as cenas finais do livro pois realmente existiu e acho que coloriu bem o livro, dando o aspecto que infelizmente com ou sem uma divindade como Graal, algumas pessoas estavam fadadas a morte. A descrição dos sintomas como o vomito e os tremores ficou muito bem descrita. Inclusive, eu ainda não me conformei com uma morte pela peste que esteve no livro #chateada. A fraqueza, causa inicial dos sintomas, assim como os bulbos pelo rosto foi algo bem macabro. 

A única decepção com este livro foi que eu realmente esperei um confronto mais... árduo entre o Thomas e o Guy. Esperei algo quase cinematográfico e foi tão rápido que eu nem senti emoção, pelo contrário, me senti traída por ter terminado daquela forma. Foi um capítulo final bem corrido, eu acho que poderia ter sido melhor. Mas paciência, o resto do livro fez valer pelo momento que eu estava esperando bem mais. Caso o autor quisesse continuar a saga, tenho certeza que teria como, existem pontos soltos durante os livros... Enfim, Thomas, seja bem vindo a lista dos meus personagens preferidos e confesso que o único arqueiro da lista era o Legolas do Sr. dos Anéis, que responsabilidade que você tem hein Thomas para ficar lado a lado do clássico! 


{Imagem retirada da internet ao acaso} 

Com base no geral, é uma linda saga para quem gosta da ideia de uma busca do Graal. Gosto do parecer do autor e acho que ele ilustra bem isso: 
E quanto ao Graal? Desconfio que ele desapareceu há muito tempo. Alguns dizem que era o cálice que Cristo usou na Última Ceia, e outros dizem que era a tigela usada para aparar o sangue dele provocado pelo "doloroso golpe", o ferimento com uma lança, feito em um de seus lados durante a crucificação. Fosse lá o que fosse, nunca foi achado, embora persistam os rumores e haja quem diga que ele está escondido na Escócia. Apesar de tudo, foi a mais valiosa relíquia da cristandade medieval, talvez por ser tão misterioso, ou então, porque quando os contos de rei Artur receberam sua forma definitiva, todos os antigos contos celta sobre caldeirões mágicos foram confundidos com o Graal. Ele também tem sido um fio de outo que une séculos de história, e continuará assim, motivo pela qual talvez seja melhor que permaneça sem ser descoberto. {Nota Histórica do autor} 
O primeiro livro, O Arqueiro, eu ganhei há muitos anos atrás, um presente da minha mãe quando eu tinha decidido ser Arqueóloga ~sonho jamais realizado~ e que eu havia me fixado com a ideia da Igreja e seus mistérios e entre eles o Graal. Então eu me despeço lindamente e com bastante orgulho dessa série que só hoje em dia eu peguei para ler. Meus parabéns para o autor porque novamente ele me deixa sem explicações para a perfeição de sua obra. Escreva mais, pois hoje para mim, é um dos melhores escritores que temos. 

E vocês, o que acharam do livro? Interesse em ler? E o Graal? O que pensam dele? 

Vamos aproveitar a tarde da Quarta-Feira para tirar aquele livro antigo da prateleira e ler. 

Por Bruna 



Nenhum comentário:

Postar um comentário