08 outubro 2015

Um clássico do terror - O Exorcista

Autor: William Peter Blatty
Tradutor: Carolina Caires Coelho  
Editora: Agir. 
Ano: 2015 - 1ª edição
Páginas: 331 
Título Original: The Exorcis
(O Exorcista)
Gênero: Ficção de terror americano

Sinopse: Um clássico do terror com mais de 13 milhões de exemplares vendidos. 
O mal assume várias formas. Seja com monstros, fantasmas ou demônios, tanto a literatura quanto o cinema sempre foram bem sucedidos em representar a essência do nosso lado mais reprovável. O exorcista, no entanto, conseguiu superar qualquer outra obra do gênero. 
Inspirado no caso real do exorcismo de um adolescente, o escritor William Peter Blatty publicou em 1971 a perturbadora história de Chris MacNeil, uma atriz que sofre com inesperadas mudanças no comportamento da filha de 11 anos, Regan. Quando todos os esforços da ciência para descobrir o que já de errado com a menina falham e uma personalidade demoníaca parece vir à tona. Chris busca a ajuda da Igreja para tentar livrar a filha do que parece ser um raro caso de possessão. Cabe a Damien Karras, um padre da universidade de Georgetown, salvar a alma de Regan e ao mesmo tempo tentar restabelecer a própria fé, abalada desde a morte da mãe. 
Neste livro, Blatty consegue dar ao demônio a sua face mais revoltante: a corrupção de uma alma inocente. A menina Regan é, ao mesmo tempo, o mal e sua vítima. Ela recebe a pena e a revolta de leitores e espectadores em doses equivalentes e, mesmo quarenta anos depois, seu sofrimento e abismo entre o que ela era e o que se torna continuam nos atormentando a cada página, a cada cena. 


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E ai leitores, como estão?

Começo dizendo que era uma resenha que eu iria pular, afinal todo mundo sabe o quanto eu realmente tenho medo do Exorcista. Desde que assisti o filme descobri que eu não tenho estomago e que eu não consigo dormir direito lembrando do rosto da Regan nem nada, ou seja, não tem filme nenhum que me meta medo, apenas o Exorcista. A alguns anos atrás lançou o Exorcista- O início e eu em minha inocência, fui assistir e bom, tanto o clássico quanto esse acabam com meu psicológico. Podem rir mas isso acaba comigo. Então eu resolvi ter a brilhante ideia de que lendo eu iria me convencer que o livro é uma farsa... Mas não funcionou muito bem. 
O que damos aos pobres é o que levamos conosco na morte. {Pág. 14} 
Digamos que "INSPIRADO NO CASO REAL" voltou novamente a me dar medo. Essa informação eu nem sabia, acabei de descobrir folhando o livro hoje, depois de um mês de leitura do mesmo  #risos. Pelo que eu pude pesquisar sobre esses fatos, ocorreu com um menino de 13 anos de idade em Mount Rainier, em Washington, que teve os primeiros comportamentos estranhos após a morte de sua tia em 1949. Conforme o site Assombrado: 

"Ele começou a ouvir arranhões na parede e objetos voavam pela casa. Cadeiras e camas se moviam quando o garoto estava nelas. A família desesperada pede ajuda a igreja católica. A primeira tentativa de exorcismo acabou em desastre. Ele rasgou o padre do ombro ao pulso com uma mola da cama. Foram necessários mais de 100 pontos o local. Palavras começaram a surgir em seu corpo e uma delas, Louis, fez a família mudar de volta para Saint Louis, acreditando haver algo lá. " Assombrado

Forte, não? Ao menos eu não quero duvidar nem por nada em prova. Acreditem. 
Assim como o brilho breve dos raios de sol não é notado pelos olhos de homens cegos, o começo do horror passou despercebido; com o guincho do que ocorreu em seguida, o início foi, na verdade, esquecido e talvez não relacionado de forma alguma ao horror. Era difícil saber. {pág. 21} 
Como todo mundo sabe, esse é um grande clássico do Terror e acredito que já tenha passado inúmeras vezes (o filme) na televisão de todo mundo. Trata-se da história de uma menina chamada Regan que é possuída por um espírito maligno. O filme, tal como o livro é baseado na luta diária da mãe da garota, que é uma atriz renomada, na busca de uma cura para sua filha. Meu personagem preferido: Damien Karras. Que é uma pessoa que perde a fé após a morte da sua mãe e vê na Regan uma forma de recuperá-la. 

A coisa que mais chama minha atenção é realmente a forma que o livro é escrito e como ele tenta nos convencer de que quanto mais a gente souber, mais "vítima" desse tipo de possessão podemos ser. O exemplo clássico é que a Regan era uma criança que não tinha contato com a religião, seu único contato com coisas paranormais se dá pelo tabuleiro ouija  e acaba conhecendo o Capitão Howdy -assim que a menina diz que este se chamava- que, para quem não sabe, é um daqueles famosos tabuleiros com letras e números usados em sessões de comunicação com espíritos que eu jamais teria em casa. Dizem as pesquisas que o tabuleiro foi criado exatamente para instalar uma forma de comunicação entre os vivos com os mortos. 

Outra coisa que não posso deixar passar em branco e que merece muuito a atenção dos fãs desse gênero é que o livro é muito fiel ao filme e vice-versa. Todas as cenas que nos chamam atenção e que encantaram muitas pessoas nas telonas estão muito bem descritas. Conforme eu lia o livro, para meu próprio azar por assim dizer, eu realmente via o filme passando, reconhecendo todas as cenas. Para alguns esse fato pode ser um ponto crítico pois esperam algo a mais do que a história das telas. Mas eu garanto que o que passou em branco no filme ficou registrado no livro e a história tem seu nexo. 

O autor tenta nos convencer que estamos diante de um Karras e um demônio que utiliza da sátira e do terror para acabar com a imagem vívida da jovem Regan, que é nossa vítima. Os diálogos desenvolvidos e a manipulação que o tal demônio ou espírito tenta exercer sobre Karras é assustador a ponto de deixar o leitor fissurado: engolindo as páginas por mais. É uma leitura viciante. Um dos poucos livros que li sem querer ver o fim. A angústia é tanta que conforme ele se manifesta através da garota vamos sentindo o desespero por uma solução junto com a personagem Chris, ou seja, quando a medicina falha a quem iremos recorrer? Nesses momentos eu concordo: as pessoas temem o que não podem compreender. Essa é a frase exata que define o livro. 

O livro é convincente no conteúdo que traz, nos prova que independente da religião da pessoa (e digo isto deixando claro que não trago a resenha como forma de demonstrar que isso existe ou deixa de existir) cultue, o mal existe sim e se traja de inúmeras formas, rostos e cores. Particularmente é um dos livros que muito me impressionou porque eu li ele em uma forma de afronta a meu próprio medo mas confesso que passei a compreender e me interessar bastante no assunto. Loucura ou não, procurei por relatos dessas coisas e me surpreendi bastante com a vastidão de informações que temos. Acredito que mais surpreso ainda ficou ao leitor ao ver que, após taantos longos anos o sucesso permanece o mesmo e nenhum outro filme ou livro alcance tanto destaque quanto este, motivo pela qual foi lançado uma capa comemorativa. 

A minha edição do livro eu comprei pela Saraiva e achei ela totalmente incrível e amedrontadora. Não poso me esquecer que quando fui retirar a pessoa que me entregou rasgou um pouco da capa no momento que pegou pois foi no "susto", então a pessoa que a criou está de parabéns. Está guardada no final da prateleira e pretendo jamais retirá-lo de lá. 


Sobre o autor: É um escritor e roteirista norte-americano. Sua obra prima, O Exorcista, é um dos romances mais polêmicos já escritos e tornou-se um fenômeno literário, best-seller absoluto e um clássico do terror.
O autor também foi responsável pelo roteiro da adaptação para o cinema em 1973, pela qual ganhou um Oscar. O filme também conquistou dez indicações ao prêmio, inclusive de melhor filme, algo inédito para uma obra do gênero. 

Eu termino essa resenha feliz porque finalmente li esse livro e dormi tranquila durante este processo. E claro, porque a história é bem contada e merece meu destaque aqui, assim como o autor merece afinal foi brilhante sua ideia. Moral da história: Regan, eu ainda morro de pavor de você. Não adianta.  

Resolvi retirar esse fragmento do livro porque acho que é a ótima explicação que Merrin nos dá sobre a possessão e, também, porque foi um dos que marquei e que quero me lembrar sempre, afinal, nós mesmos causamos nossas guerras: 
-Ah, bem... Pelo menos, eu percebi que Deus nunca me pediria algo para o qual eu soubesse ser psicologicamente incapaz; que o amor que Ele pedia estava na minha vontade e não deveria ser sentido como emoção. Não. De jeito nenhum. Ele queria que eu agisse com amor; que eu fizesse pelos outros; e que eu devia fazer isso com quem me repelia, creio, pois seria um ato maior de amor do que qualquer outro. -Merrin abaixou a cabeça e falou ainda mais baixo. -Sei que tudo isso deve parecer muito óbvio para você, Damien, eu sei. Mas na época, não conseguia ver isso. Uma cegueira estranha. Quantos maridos e esposas devem ter acreditado que não mais amavam porque seus corações não mais batiam acelerados quando viam seus amados. Ah, santo Deus! -Ele balançou a cabeça e assentiu. - Acho que é aí que está, Damien....A possessão. Não nas guerras, como algumas pessoas acreditam, não tanto. E muito raramente em intervenções extraordinárias coo aqui... Esta menina... Esta pobre criança. Não, costumo ver a possessão nas coisas pequenas, Damien. Nas picuinhas e nos desentendimentos; nas palavras cruéis e cortantes que salta livre à língua entre amigos. Entre namorados. Entre marido e mulher. Temos muito disso e não precisamos de Satanás para criar nossas guerras. Conseguimos criá-las sozinhos... sozinhos. {Pàg. 305} 
E você, o que pode me contar sobre o Exorcista? Já leu, assistiu ou também tem medo? Vem me contar. 

Um abraço beem apertado e um grande beijo, aqui eu vou me despedindo.
Até a próxima, 
Por Bruna 

2 comentários:

  1. Olá!
    Eu sou aquele tipo de pessoa que ama filmes de terror e quando está assistindo se arrepende porque morre de medo! hahahahh
    Esse filme é incrível, ainda não tive oportunidade de ler. Antes, eu vi em outras resenhas que algumas pessoas não conseguiam dormir, que era pior com o livro porque você ficava relembrando, mas fiquei bem tranquila depois de ver a sua resenha! Parabéns
    Beijão

    http://leitoracretina.blogspot.com.br/

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    1. Então somos duas!! Eu realmente amo filmes de terror mas confesso que morro de medo antes, durante e depois ahahaha Embora Exorcista seja o único filme de terror que tenha realmente me deixado com medo.
      Bom, pelo que você notou eu sou medrosa quando o assunto é a Regan (ela me mata de medo, jurooo!!) mas eu li tranquilamente. O livro é perfeitamente igual o filme, mas eu tentei assimilar mais como uma forma de compreender o que aconteceu com ela. Aposto que se você ler vai ver que o livro é pequeno perto da tua sede daquele conhecimento. Eu terminei ele pedindo por mais. Acredite.
      E se for ler... depois vem trocar uma ideia comigo ahahahah adooooro gente que também tem medo, os melhores papos saem daqui ahahaha

      ~Um beijoooo!
      Bruna.

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